sexta-feira, fevereiro 15, 2008

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Cada vez que espreitamos a nossa sociedade usando os binóculos da reflexão critica, ficamos chocados com o que vemos de perto. Existe na nossa sociedade um fenómeno que não é de agora mas parece estar preso à condição humana: a rejeição. Todos os dias pessoas são rejeitadas por causa da sua cor, da sua raça, das suas crenças ou valores. Tal fenómeno não deveria acontecer numa sociedade justa.
O acto de rejeitar implica um sentimento de superioridade ou de ignorância. Rejeita-se o que se teme, o que se desconhece, o que não se entende. Alguns rejeitam apenas porque lhes ensinaram a rejeitar. A aceitação do outro, passa pela aceitação de um mundo que não é feito à nossa medida. Como herdeiros do antropocentrismo, habituámo-nos a pensar que somos o centro de tudo. O nosso umbigo é o centro. A imagem que temos do mundo perfeito torna-se assim a camuflagem de uma realidade que tentamos evitar.
O que leva um ser humano a rejeitar um outro ser humano? Será a ignorância que o faz ter medo ou a presunção de que é inatingível? As nossas fraquezas são bem mais visíveis num espelho que não o nosso. Aceitar que temos “telhados de vidro” só nos faz ter ainda mais medo das pedras e por isso fugimos dos destroços dos outros.
Aceitar significa conhecer os nossos limites, assim como o dos outros. Significa também reconhecer as nossas fraquezas e aceitar um mundo sem horizontes. Somos apenas uma das migalhas de um bolo feito com muitos e variados ingredientes.

2 comentários:

Haddock disse...

certíssimo, cemremos!!
e quixotesco também...

Matchbox32 disse...

Tens toda a razão, há mesmo pessoas que rejeitam outras e dizem que não gostam e que são isto e que são aquilo sem, no entanto, as terem conhecido, sem nunca sequer terem falado com essas pessoas.