segunda-feira, julho 21, 2008

Razão

Os teus pés

Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.

Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,

Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.

Tua cintura e teus seios,
A duplicada púrpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram voo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.

Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.


Pablo Neruda

5 comentários:

Anônimo disse...

A bela da meia fica ali muito muito bem! LOL

Anônimo disse...

Eu não digo a meia, mas sim o conjunto, o corpo, os pés...

Anônimo disse...

Está muito calor kikinha tira a meia ahahah.Estou a brincar gostei do poema. bjinhos

MoonDreamer disse...

HAD I the heavens’ embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.

W.B. Yeats (1865–1939)

haddock disse...

e nada de mostrar o tornozelo!!