quarta-feira, outubro 22, 2008

SER OU ESTAR (BE)

Como a maioria dos humanóides, tenho o fardo a que os budistas chamam mente de macaco – os pensamentos que passam de ramo em ramo, parando apenas para se coçar, cuspir e gritar. A minha mente oscila entre o passado distante e o futuro incognoscível, aflorando dezenas de ideias por minuto, desembestada e indisciplinada. Isto em si mesmo não é um problema, o problema é a ligação emocional que acompanha o pensamento. (…) No fim de contas, somos aquilo que pensamos. As nossas emoções são escravas dos nossos pensamentos e nós somos escravos das nossas emoções.
Outro problema com todo este balouçar por entre os ramos do pensamento é que nunca estamos onde estamos. Estamos sempre a remexer no passado ou a espiar o futuro, mas raramente descansamos no presente. É parecido com o hábito da minha querida amiga Susan que, sempre que vê um lugar bonito, exclama quase em pânico: “ Isto é tão lindo! Um dia quero voltar aqui!” e preciso de usar todos os meus poderes de persuasão para tentar convencê-la de que já está ali.
Comer, orar. amar
Elizabeth Gilbert

Nenhum comentário: