segunda-feira, janeiro 19, 2009

Eco

Amor. Amor. Amor, gostava de dizer esta palavra até gastá-la ainda mais. Amor, gostava de dizer esta palavra até perder ainda mais o seu sentido. Amor. Amor. Amor, até ser uma palavra que não significa nem sequer uma ilusão, uma mentira. Amor, amor, amor, nem sequer uma mentira, nem sequer um sentimento vago e incompreensível. Amor amor amor, até ser nem sequer uma palavra banal, nem sequer a palavra mais vulgar, nem sequer uma palavra. Amoramoramor, até ao momento em que alguém diz amor e ninguém vira a cabeça para ouvir, alguém diz amor e ninguém ouve, alguém diz amor e não disse nada. Sozinho, diante da campa. O amor é a solidão.
José Luís Peixoto
«Uma Casa Na Escuridão»

2 comentários:

Ana disse...

estas a responder ao desafio do poeta?? :)))

Anônimo disse...

Os ecos são a nossa própria voz. Vozes, sons... etéreos... quando o que a montanha pede são trilhos, passeios, escaladas.
Os ecos vão ficando cada vez mais distantes...

Eco lei!