Era manhã cedo e despertara ainda de noite. Quando fechava os olhos, sonhava sempre o mesmo e não queria. Levou duas horas nessa teima até que desistiu. Arrastou-se até ao banho e puxou para si uma canção qualquer, não, a última que trauteara ontem enquanto picava a cebola e coçava o nariz com a palma da mão. Num desses momentos em que o pensamento a afasta de si e segreda verdades. Deixa-se ficar debaixo de água, deixa escorrer, olha a água no ralo, canta em silêncio a tal música. É manhã cedo e ainda não despertou.
Um comentário:
Isto é prosa...muuiiito poética!
Já terá despertado? Ou continua a ser cedo?
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