quinta-feira, abril 26, 2007

LUA

Vagueia pela floresta
olhos postos no chão.
Veste um manto de lua.
Vai pisando o coração.

Rasgam o manto os galhos
que esperam só para ver
pedaços de lua à solta...
cansados de tanto sofrer.

Mas rasgados, os pedaços
desfazem-se longe do corpo
da menina, que agora nua,
jaz deitada. É corpo morto!

Ainda é escuro na floresta.
A menina acordada, tremeu!
Descobriu que o manto era a lua,
reflectida no corpo que é seu.


3 comentários:

Haddock disse...

...
...
...
(tu já sabes a minha dificuldade nisto, cemremos...)

Joana disse...

Oh pá! Não se faz, não se faz, pronto!

Estás cada vez melhor! Dos mais poemas singelamente mais bonitos que já li - eu que abomino Lua, luas e afins - e David Fonseca!?

Só te digo: F-e-n-o-m-e-n-a-l! ;)

Jinhos.

Oásis disse...

Pois... deixas uma pessoa sem palavras...
Gostei muito :)