quarta-feira, junho 06, 2007

Do you know what I am talking about?




A tua pequena dor
quase nem sequer te dói.
É só um ligeiro ardor
que não mata mas que mói.
É uma dor pequenina
quase como se não fosse.
É como uma tangerina,
tem um sumo agridoce.
De onde vem essa dor,
se a causa não se vê?
Se não é por desamor,
então é uma dor de quê?
Não exponhas essa dor.
É preciosa, é só tua.
Não a mostres, tem pudor.
É o lado oculto da lua.
Não é vicío nem costume,
deve ser inquietação.
Não há nada que a arrume
dentro do teu coração.
Talvez seja a dor de ser.
Só a sente quem a tem...
Ou será a dor de ver
a dor de mais além?
Certo é ser a dor de quem
não se dá por satisfeito.
Não a mates, guarda-a bem
guardada no fundo do peito.
Uma dor familiar. Uma dor desconhecida. Sabemos que cá está, sem saber porquê. Sentimo-la tocar no fundo de nós, a sós.
Uma dor que nos move.Que nos prende. Que espera. Que cobra.
Que nos sente e é sentida. SABEM?

7 comentários:

Zorze Zorzinelis disse...

Bonito post, caramba!

BADREM disse...

Bom post. adoro esta musica.

Catarina disse...

Muito bonito mesmo *

Catarina disse...

Esqueci-me de dizer que sim. Que sei... *

Joana disse...

Sei. Perfeitamente. Por isso gosto tanto do JG: fala-nos ao coração.

Jinhos.

Haddock disse...

também gostei muito!!

João Mãos de Tesoura disse...

Ena, ena! Isto está mesmo diferente!
E tu estás uma filósofa... já te falta pouco para seres a vidente do Sado com tenda junto ao templo de Diana. :D
Qu'é fêtu, moça?

Beijos